segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Apenas, Valentina.


Ela saiu sem rumo, com sua mochila surrada e algumas centenas de escolhas para fazer. Não sabia onde seu coração iria te levar, só tinha a certeza que o mundo era injusto e que por mais que tentasse nunca seria igual  ao modelo de menina ideal. Não era rebelde como todos diziam, só não ficava calada quando estava certa, sempre foi assim, sozinha e ponto.
Seu olhar marcado, carregado pelas marcas de ressentimentos e lápis preto, sua vontade de não ficar tão longe, mas com tudo conspirando contra, fica bem difícil. Não foi feita para o amor, apesar de achar o sentimento mais lindo, ela se resignava e só pedia um pouco de paz. Não entendia mais nada, tudo que queria sempre era complicado demais, ela não poderia nem mais tentar.
Ainda era uma menina, cheia de sonhos e loucuras por fazer. Pedia em silêncio que Deus não esquecesse dos seus desejos mais secretos. Uma vida nova, um canto calmo nesse mundo vasto, alguém que a quisesse de verdade, que lhe salvasse desse emaranhado de dúvidas que ainda tinha, que lhe pegasse no colo e que quebrasse o muro que a separa do mundo, que enxergasse o fundo do seu coração, que mostrasse que ela ainda poderia ser salva.
Com o olhar perdido e algumas lágrimas rolando pela face, com as luzes acessas ao redor e muita coisa a fazer. Ela sabia que o final ainda estava distante, que muita gente ainda ia passar. Tudo tem sentido ao acontecer, no momento perfeito, da maneira certa. Queria bem mais que um fim de tarde fria, pedia permanência, alguém que ficasse e que valesse a pena. Ela se misturava, era tudo e nada, era apenas, Valentina.

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